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Nunca fomos pessoas tão desconectadas

Atualizado: 21 de jun. de 2023

Pandemia acelerou a adoção de tecnologias digitais nas nossas vidas e nos negócios, mas isso não quer dizer que estamos nos conectando da forma que mais importa. Entenda qual é neste artigo


Por Luciano Luis Mantelli*


Tem muita gente por aí se sentindo desconectada.


Eu sei, parece um absurdo eu dizer (ou escrever) isso justo quando, em uma rápida pesquisa na internet, dá pra gente saber que 90% dos lares brasileiros já estavam conectados a ela em 2021. Isso equivale a 65,6 milhões de domicílios, 5,8 milhões a mais do que em 2019. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios “Acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal”. O mesmo estudo mostrou que houve, também, crescimento da conectividade em áreas rurais, que saiu de 57,8% e chegou a 74,7% dos domicílios em 2021.


Outra pesquisa, feita pelo Centro de Tecnologia da Informação Aplicada da FGV, mostrou que computadores, notebooks, tablets e smartphones somados já superavam a marca de 447 milhões de unidades em 2021. São mais de dois por habitante, com os celulares inteligentes assumindo papel predominante em transações bancárias, compras e redes sociais.


E estamos falando de 2021, dois anos atrás.


É claro que todos esses números já aumentaram. E esse movimento só demonstra o quanto a pandemia da Covid-19 acelerou a adoção de tecnologias que geram informação o tempo todo. E uma quantidade absurda de informações.


Tem uma máxima que provavelmente tu já ouviste por aí de que o cérebro humano só é capaz de armazenar 10% das informações transmitidas a ele. Hoje, depois de tudo o que eu estudei e vivenciei, percebi que essa não é uma limitação fisiológica, mas sim de como a gente vive e adquire conhecimento de uma forma linear (ainda).


Eu até acho que pelo nível de conexão que alcançamos atualmente, estamos usando mais que esse percentual do nosso cérebro. O que não significa que, para muitos, isso seja algo simples ou mesmo confortável. Tanto que já existe até mesmo um transtorno psicológico chamado de FOMO, do inglês Fear of Missing Out, que nada mais é que o medo de ficar de fora, deixar de saber alguma informação porque, por alguns momentos, colocou o celular de lado.


A essa altura tu já deve estar se perguntando como é que eu posso falar que as pessoas estão desconectadas. Mas é justamente o excesso de tecnologia que causa essa desconexão: ao mesmo tempo em que a conexão com as informações está exacerbada, a conexão humana foi esquecida, deixada de lado. Quando falo de conexão humana, é a conexão com quem nós somos como indivíduos, nossa essência, mas também como sociedade, a forma como essa essência se manifesta no coletivo.


Tudo isso tem um impacto enorme para os negócios, que passam a ver a tecnologia como uma fórmula mágica, algo do tipo “quer dizer então que se eu comprar aquela inteligência artificial, meu negócio vai decolar”. E quando isso não acontece, geralmente, há uma frustração enorme.


Pra alcançar o tipo de resultado que queremos com a tecnologia, ou seja, os resultados que realmente importam pro nosso mundo de hoje e pro futuro, a gente precisa inverter essa lógica. Precisamos, portanto, mudar a forma como vemos e lidamos com a tecnologia. Na era em que os negócios já nascem com base digital, a tecnologia não pode ser mais vista como meio.


A gente precisa, então, se reconectar com as grandes causas humanas, com os problemas reais do mundo que podemos resolver por meio dos negócios, com a construção do futuro que queremos viver. É a partir desse ponto de partida que podemos entender como usar a tecnologia que já existe de forma inovadora pra fazer tudo isso se tornar realidade. E assim, gerar resultados se torna uma consequência natural da nossa reconexão com quem somos.


Então, desconecte do seu smartphone, tablet ou notebook e vá atrás do teu propósito de vida e das pessoas que podem te ajudar a conquistá-lo.


*Luciano Luis Mantelli nasceu no berço da agricultura familiar do Rio Grande do Sul, é pai, esposo, multiempreendedor e hacker. Atua em três frentes de negócio: a FOURGE, onde hackeia modelos de gestão, a Zhero, especializada em colocar a ciência de dados no centro dos negócios, e a Escola Yellow, com foco em educar crianças para melhorar o mundo.





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Descrição da imagem: card em tom de verde claro mostra duas mãos em preto e branco cujos dedos quase se encontram, simbolizando a conexão. Em destaque, o texto "Nunca fomos pessoas tão desconectadas, por Luciano Luis Mantelli".

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